Policiais militares prenderam um dos três participantes do latrocínio (roubo seguido de morte) do fazendeiro Ambrósio Monteiro Maia, de 66 anos, e do comerciante Raimundo Fagundes de Lima, de 54, na última terça-feira (21), de manhã, no bairro Jardim Paula I, em Várzea Grande.
Trata-se do pintor Jeferson da Silva, o “Jefinho, 20, que confessou ter participado do assalto. A prisão ocorreu no bairro Santa Isabel, em Cuiabá, onde eles estavam em companhia de mais dois rapazes, que foram liberados. Com ele, foi apreendido um revólver calibre 38 utilizado no crime.
Aos policiais, Jeferson explicou que o seu cúmplice, o assaltante de bancos Ewerton Gustavo Rodrigues Carvalho, o “Cabeção”, 18, fugiu para outra cidade levando a outra arma do crime, um revólver calibre 357mm. O assaltante negou ter atirado contra as duas vítimas – colocou a culpa no cúmplice. Na casa de Ewerton, os PMs apreenderam um documento dele com foto. Eles confirmaram que o cúmplice tem passagem por roubo.
Jeferson revelou que o assalto foi praticado sob encomenda, do terceiro envolvido, um homem dono de um Fox prata com a lanterna traseira direita danificada. A empregada da casa havia passado a informação de que o cofre estava abarrotado de jóias.
Acrescentou que esse homem foi quem o levou, junto com Cabeção, em Várzea Grande, para roubar jóias. “A gente tinha a informação de que a dona da casa era vendedora de jóias, que estavam em mostruários guardados no cofre casa”, disse.
Conforme Jeferson, o assalto foi planejado cerca de uma semana antes. O revólver que ele utilizou foi alugado de um rapaz conhecido como “Filipinho”, que reside no bairro Verdão, em Cuiabá, mas estava foragido para Lucas do Rio Verde (Norte de MT). No sábado (18), ele recebeu a confirmação de que ele e Cabeção iriam assaltar a residência para roubar as jóias.
Na segunda-feira (20), o homem do Fox prata o levou até Várzea Grande e passaram, várias vezes, em frente da casa e estudaram como funcionava a segurança. Então, descobriram que poderiam pular o muro lateral para ter acesso à residência..
Na terça-feira (21), por volta das 5 horas, eles saíram de Cuiabá e chegaram cerca de uma hora depois. Pularam o muro e esperaram a proprietária abrir a porta dos fundos. “Foi lá pelas 7 horas. Ela (a esposa do fazendeiro) abriu a porta e a gente a rendeu. Então, entramos na casa e exigimos que abrisse o cofre. Logo, apareceu o marido e o filho dela”, completou.
O assaltante contou que, como ela estava demorando para abrir o cofre, agrediram o filho, como forma de pressão para entregar as jóias. O fazendeiro, então, reagiu e foi baleado no abdome.
Os ladrões então correram para a rua. O dono do Fox prata ficou de esperá-lo em frente ao Mercado Lima, de propriedade da outra vítima. Como não havia carro algum, saíram correndo. O comerciante Raimundo Lima, que chegava de carro, saiu acelerando o Parati, atrás da dupla, que virou uma esquina.
Na manobra, o comerciante perdeu o controle do carro e bateu numa árvore e numa lixeira. “Então, ele (Cabeção) atirou e acertou o homem. Disse pra mim que tinha matado um”. Os dois, então, se esconderam num matagal. Por volta das 11h30, eles saíram do esconderijo e voltaram de ônibus para Cuiabá.
Jeferson disse que as jóias seriam vendidas para "fazer dinheiro". A parte maior seria do dono do Fox prata, cujo nome ele não se recorda, mas sabe que reside no CPA.
O bandido foi autuado em flagrante por latrocínio, uma vez que trata-se de investigações continuadas, o que permite a prisão mesmo após passarem as 24 horas.